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ANALISE - INVENTOR DO TEMPO (DEISE JACINTO)

  • Gabriel Souza
  • 19 de dez. de 2016
  • 4 min de leitura

Na análise de hoje teremos uma música que possui uma melodia, harmonia e arranjos maravilhosos, mas nem só de harmonia viverá o homem, mas todo louvor bíblico cristocêntrico que sai da boca dos eleitos. Essa música conheci há pouco tempo e a achei interessante para uma análise de sua letra. Então vamos lá para mais uma análise.


Como pode um pintor ser refém da sua própria obra

Ou quem sabe um escritor prisioneiro em sua história

Quanto tempo eu perdi sem te buscar

Quanta espera o tempo já te fez passar.


O começo da música traz uma ideia bem poética que lembra os textos de Agostinho de Hipona, quando a cantora fala sobre o tempo perdido sem buscar a Deus. Mas ela começa de fato falando que o criador não se prende a sua criação ao ponto de a criação determinar o que o criador fará, ou até mesmo ditar qual será o próximo passo daquele que cria, da mesma forma é Deus com toda a sua criação. Deus não está refém daquilo que criou, mas tudo o que Ele criou se vê refém dEle, pois Ele é quem comanda tudo e tudo está sob o seu controle. De fato conosco Ele nos permite tomar algumas escolhas como quanto ao que vamos comer ou vestir, se vamos sair de casa ou ficar dormindo mais um pouco, estudar ou não eis a questão, essas coisas estão sob nosso domínio de escolha, mas até isso está debaixo da permissão do Senhor.


Não sei como o inventor do tempo esperou pelo o meu amor

Não sei como o dono do universo teve que pedir meu coração.

Que bom que foi assim,

Que bom que me esperou,

Tão bom tu és pra mim

Que bom que foi assim,

Que bom que me esperou,

Tão bom tu és pra mim

Confesso que fiquei confuso quanto a essa parte da música, pois na primeira estrofe ela mostra que o criador não é determinado por aquilo que cria, mas sim o inverso, todavia ela parece dizer que Deus se condiciona a nós e espera pela nossa vontade de ama-lo, só que a bíblia nos mostra que se Deus fosse esperar que o amassemos Ele nunca teria esse amor se não intervisse em nós com o seu Espirito Santo, uma vez que todos pecaram e foram destituídos da gloria de Deus como Paulo nos mostra na carta aos Romanos 3:23. Ainda em continuação ela de fato parece esquecer do espirito da letra que havia acabado de cantar. Quando ela diz “Não sei como o dono do universo teve que pedir meu coração” parece que inverteu o papel, colocando Deus como aquele que necessita desesperadamente do nosso amor, e não o contrário. Realmente o Senhor é bom conosco ainda que entendamos como ou quais propósitos Ele tem quando permite que passemos por determinadas situações em nossa vida, mas Romanos 8:28 não mente quando diz: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o seu proposito”.


Sem início ou fim seu amor está além do tempo

Limitado se fez vê a minha angustia, e o meu olhar espero

Uma vida é o tempo pra te esperar

Muito tempo espera pra me encontrar


A bíblia começa em Gênesis 1 nos mostrando que Deus sempre existiu. Em quanto Deus É, nós Estamos e já percebemos a diferença. Em apocalipse 1:8 diz: “Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso”; Aristóteles dizia que Deus é o motor imóvel, ou seja, Deus é aquele que move todas as coisas, mas não é nem pode ser movido por nada. Com isso Deus não se limita ao tempo pois Ele é o próprio tempo sendo assim a afirmação da cantora de que “seu amor está além do tempo” é correta. Essa frase também pode querer dizer que o Senhor não amou apenas um povo em um determinado tempo, mas nos ama igualmente hoje no presente tempo. Finalizando esta estrofe Deise nos remete à ideia de que por menor tempo que tenha sido nossa espera para encontrar com o amor do Senhor essa espera é como ter passado uma vida inteira esperando, mas o tempo para Deus é diferente (2Pe.3:8), por isso a espera para Deus tem sido pouca, no entanto para nós a afirmativa é outra.


Não sei como o inventor do tempo esperou pelo o meu amor

Não sei como o dono do universo teve que pedir meu coração

Que bom que foi assim,

Que bom que me esperou,

Tão bom tu és pra mim

Que bom que foi assim,

Que bom que me esperou,

Tão bom tu és pra mim


Mais uma vez canta-se o trecho da música que acho que é problemático por trazer de certa forma uma visão de dependência de Deus para com sua criação e não da criação com o Criador. Sugeriria que a música ficaria impecável se alterasse duas frases desse refrão ficando assim: “Não sei como o inventor do tempo esperou pelo o meu amor; não sei como o dono do universo quis pedir meu coração. Que bom que foi assim, Que bom que me chamou, tão bom tu és pra mim”, acredito que assim Deus seria mostrado totalmente soberano e não alheio a nada.


Com isso concluímos dizendo que é uma letra muito linda que nos remete à Cristo e sua soberania, apenas deixo uma ressalva quanto ao refrão por trazer uma ideia equivocada e não 100% como nos é apresentado na bíblia. É uma música que recomento ser ouvida várias vezes, principalmente em momentos difíceis de nossa vida ou, pra quem gosta, quando for orar e deixa-la como um louvor de fundo. Como disse no começo é um louvor que me lembra muito os textos de Agostinho como “Tarde te amei”. A ressalva foi somente com relação a duas frases no refrão da música. Considero um louvor bíblico sim, mas deve ser bem pensado na hora de colocá-lo no culto público.

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